01. Shoes For Man With No Feet
02. Punch The Air
03. Escape
04. Skáphos
05. Knivet
06. Dead Men Tell No Tales
07. Apnea
08. Andro
09. Almadraba
Todos os temas compostos por First Breath After Coma
(Roberto Caetano, Rui Gaspar, Pedro Marques, Telmo Soares)
Gravado, misturado e produzido por João Santos.
Masterizado por André Neto
Uma canção basta. Uma simples canção pode “fazer” uma banda. Os First Breath After Coma têm essa canção. Intitula-se Escape e é a terceira de The Misadventures of Anthony Knivet, álbum de estreia dos leirienses. Versos repetidos qual mantra muito pop (“Skipping on/ skipping on/ skipping on time/ and we’ll collide”), à volta dos quais a canção vai crescendo em ritmo e intensidade: os farrapos sonoros em fundo irão tornar-se ruído de quem aprendeu com o shoegaze e a secção rítmica irá crescer até se tornar a propulsora de toda a música, enquanto a voz continua a recitação do mantra e a guitarra dança em movimentos angulares. Escape, muito orelhuda, pode tornar-se neste final de 2013 aquilo que foi Time (better not stop), dos We Trust, há dois anos: uma música omnipresente, recebida como conhecida de sempre.
Escape tornar-se-á então, muito provavelmente, a música de assinatura dos First Breath After Coma. Porém, assinalemos o óbvio, é apenas uma das canções de The Misadventures of Anthony Knivet, álbum livremente inspirado na história do navegador do título, corsário inglês do século XVI que foi cativo e feito escravo pelos portugueses, que fugiu e acabou a viver com uma tribo índia e que passaria por África antes de voltar a Inglaterra para escrever as suas memórias.
Ao longo de nove músicas, a banda que escolheu por baptismo o título de uma canção dos ícones pós-rock Explosions In The Sky (escolha nada inocente), funde a natureza mais expansiva destes últimos com o intimismo sonhador de uns Sigur Rós e uma veia pop denunciada (Dead men tell no tales, com as guitarras funcionando como mancha sonora e sons da natureza como pano de fundo, ilustra-o bem). A banda mostra-se ainda estudiosa atenta do actual cenário pop: Knivet, por exemplo, com o sintetizador ambiental muito 80s, batida seca e uma voz evanescente (o eco dá realmente essa sensação), não esconde ter Bon Iver no pensamento.
Meticulosos e preocupados com o brilho da produção (tudo no sítio certo, bem polido), falta aos First Breath After Coma o golpe de asa que elimine aquilo que sentimos ao longo de The Misadventures...: a de que os leirienses são emanação bem conseguida, mas dissolvida no cenário geral, de um certo espírito estético destes tempos. Confortáveis nesta melancolia atinada, falta-lhes o rasgo que revele verdadeiramente uma identidade, por agora, ainda em formação.
É no meio de uma época em que post-rock é um rótulo estagnado e indesejado e em que pop é, contas feitas, a maioria do que se produz que os First Breath After Coma tentam capitalizar os créditos conseguidos com "The Escape", single de introdução a "The Misadventures of Anthony Knivet" apresentado a meias com "Bollywood", um dos últimos singles da estreia dos Nice Weather For Ducks com "Quack!", e que se entoa sobre camadas de éter.
Tal como os colegas de editora, os Novos Talentos First Breath After Coma tiveram de se reinventar a caminho do disco de estreia, tanto com uma reformação como com uma refinação. Cânones e orações twee-indie-pop à deriva nas fundações do post-rock ou vice-versa, mas com menos efusividade e mais dedicados a embalar a fragilidade dos Sigur Rós e dos próprios Explosions in The Sky com pequenos traços electrónicos que se lamentam por escassear. Parece que não precisam disso para estar à frente do apocalipse sensorial de um M83.
A ponte com as memórias do explorador Anthony Knivet revela-se a bússola ideal para uma conceptualização de longa-duração que os liga de forma sanguínea aos movimentos tectónicos das ondas de silêncios e de perda de consciência que deslizam maviosamente de tempo em tempo. Parar para sorrir e admirar propaga-se melhor quando a expectativa é mais ténue: essa é a simplicidade de processos que utilizam e acrescentam.
A suspensão da respiração é arte que por estes lados desperta sempre, como em "Punch The Air", "Knivet" e "Almadraba", da forma milagrosa com que os interlúdios "Skáphos" e "Andro" procuram pequenos novos focos de luz e não um holofote gigante.
Num filme sempre pop, numa película sempre nítrica, logo ao primeiro fotograma, os First Breath After Coma são inesquecíveis. O seu destino é a memória colectiva.
André Gomes de Abreu
As desventuras de uns são a sorte de outros.
Já passou algum tempo desde que ouvi falar, pela primeira vez, nesta banda, os First Breath After Coma. Lembro-me perfeitamente que quando vi este nome, fiquei com aquela sensação de familiaridade das coisas que ainda não conhecemos, mas que por instinto achamos que vai ser bom. Tudo isto porque First Breath After Coma, para mim, tinha um significado especial - é o nome de uma das minhas músicas preferidas de Explosions in the Sky, uma banda americana de post-rock, ou seja, tinham tudo para serem promissores.
Na altura só tinham uma música pública (The Escape); ouvi, gostei e fiquei a querer mais, a promessa estava confirmada. Aqui há dias recebi a sugestão de ouvir o álbum que por distração minha ainda não me tinha apercebido de que já tinha sido lançado. Escusado será dizer que desde então já o ouvi dezenas de vezes, sem exagero. Não me consigo cansar, é daqueles álbuns que me embala, me acalma, me leva a viajar, mexe com as minhas emoções e me transporta para outra dimensão.
O nome escolhido para o álbum The Misadventures Of Anthony Knivet, a capa e a conjugação das músicas está pura e simplesmente fenomenal, harmonioso, de uma arte sublime ao conseguirem, através de cada faixa, transmitirem tantas emoções inspiradas na história de Anthony Knivet, este explorador inglês do qual podem saber mais aqui.
Sim, sou apreciadora de post-rock e são várias as bandas estrangeiras que sigo de perto, como Explosions in the Sky que já referi, GIAA ou Mogwai, mas tenho a dizer que este grupo de portugueses não lhes ficam a dever nada e que, a meu ver, podem vir a dar muito, mas mesmo muito mais, à música nacional e internacional. Sinceramente, não me admirarei nada se um dia os vir a ser bem mais aclamados lá fora do que por cá. Ao estar enganada, espero que seja por em Portugal terem o reconhecimento merecido.
Ouçam, sintam, apreciem e deixem-se levar. Estou muito curiosa por vê-los ao vivo e espero poder fazê-lo já este Domingo na FNAC Chiado pelas 19h. Outra coisa que espero é poder entrevistá-los brevemente aqui para o blogue! O álbum pode ser ouvido na íntegra neste link: http://fbac.bandcamp.com/ É caso para dizer que as desaventuras dali do Anthony Knivet deram origem à sorte de quem tiver a oportunidade de ouvir os First Breath After Coma.
No, le mie manie ipocondriache non hanno raggiunto un livello così alto da farmi credere che ogni mattina io esca da un profondo stato di incoscienza (di fatto ne esco verso le quattro del pomeriggio).
First Breath After Coma, oltre ad essere il titolo di un pezzo del 2003 degli Explosions in the Sky, è il nome di una interessante band portoghese che ha da poco pubblicato per Omnichord Records il proprio debut album.
Anthony Knivet (1560-1649) era un esploratore inglese che, in viaggio per il mondo con il più noto Thomas Cavendish (no, non il ciclista) fu abbandonato sulle coste Brasiliane. Catturato e venduto come schiavo ai Portoghesi, passò molte peripezie (tentativi di fuga, nuove catture, etc) fino ad essere liberato e scrivere le sue memorie.
Preceduto dalla bella Escape, pubblicata nello scorso Marzo, The Misadventures Of Anthony Knivet è pensato dalla band portoghese come una colonna sonora in chiave post-rock delle avventure dell’esploratore inglese.
A prescindere dall’interessante anedottica storica, il disco è veramente una bella sorpresa. Come detto, la band muove (a partire dal proprio stesso nome) da un bagaglio post-rock che molto deve alle atmosfere nordiche care a gruppi come Sigur Ros ed affini ed è capace da un lato di guardare ai Radiohead e dall’altro anche a certe sonorità del folk più contemporaneo. Ma il suono di questi portoghesi riesce a mescolare a tali riferimenti tutto il gusto melodico del pop, in un risultato finale di grande efficacia.
La già citata Escape è un ottimo esempio della sensibilità della band, così come Punch The Air (mix, se vogliamo, tra Sigur Ros e primi Coldplay) e la bellissima (da brividi) Dead Man Tell No Tales (forse la mia preferita del disco).
Ma davvero questo debut è da ascoltare tutto dall’inizio alla fine, sia perchè nasce come concept, sia perchè (soprattutto) riesce a trasportarci sulle sue note con una delicatezza e una profondità non comuni in un periodo in cui spesso gli artisti si buttano su hit dal rapido consumo. E tutto questo, ci tengo a sottolinearlo ancora, senza mai dimenticare il gusto per la melodia, fortemente presente anche in un pezzo (quasi) strumentale come la conclusiva Almadraba.
Vi lasciamo con lo streaming dell’intero album, sperando che questo disco possa accompagnare anche voi in queste giornate di freddo glaciale. Ovunque voi siate.
(Lisbon/Portugal) Earlier this year I introduced on Indieed the Alternative band First Breath After Coma and added also an interview with this brilliant band on here. Their band-name is an ode and dedication to the American Post rock band "Explosions In The Sky" by which the guys felt inspired.
After their stunning and hyperamazing catchy song “The Escape” (video above) their fans and also myself waited impatiently for their debut album which they did release on the label Omnichordsrecords now. This song I count to my Top5 songs of the year 2013 and I have to admit listening to this track in endless loop whilst I’m on the road with my car.
I have it on “Repeat” constantly as my ears do love this song like my mouth and hands do love a bag of Balsamico-vinegar-crisps beside me whilst watching Midsomer Murders.
The album’s teaser is promising, too.
Two weeks ago I opened my mailbox and found their gift wrapped in an envelope from magic Portugal sent by the band to my home.
After having listened to their debut album the very first time … well, people …. what can I say except telling you that I have shouted out loud “Fuck me! Wow!!!”
Everything as intense touching songs my heart wished before starting the aural trip, I have found indeed. Intense and intelligent compositions, even the wonderful King of Chillwave Washed Out would feel inspired by as the songs do come close to the direction of Chillwave, mixed with finest Post rock and elements of Alternative.
The biggest surprise for my musical taught ears was that I wonder how a young band is able to create as 1st debut album such real masterpiece?
Anthony Knivet (1560 - 1649) was an English explorer who joined Sir Thomas Cavendish to the seas around the globe and was left sick on a Brazilian island.
First captured by natives and then sold as a slave to Portuguese settlers.
He escaped to Kongo and Angola and was then forced back into Portuguese hands on the Brazilian coast, in order to collect artillery pieces from a shipwreck, he was the first man using a diving armor. Later on, in Lisbon he was set free and started writing his memoir “The Admirable Adventures and Strange Fortunes of …”
(From the CD booklet)
This album unites inspirational vibes of the biggest names in music history. It is carrying in any elusive way spheric Pink Floyd-ish, U2-ish and Enya-ish atoms - magically all at once.
All what leaves now is a younger band as them which does feel inspired naming themselves in dedication to them "Shoes For Man With No Feet" . They would really deserve this honour for having created an album I highly recommend to everyone of my readers.
The track list of “The Misadventures Of Anthony Knivet”:
Shoes For Man With No Feet
Punch The Air
Escape
Skáphos
Knivet
Dead Men Tell No Tales
Apnea
Andro
Almadraba
Before you can get it in a wee while as jewel case on Amazon later this year, you can buy the album for so long as mp3-album on fbac.bandcamp.com . It is worth every Euro. A real brilliant album from a real amazingly talented band your music collection should does have.
The Band members of First Breath After Coma are
Roberto Caetano
Telmo Soares
Rui Gaspar
Pedro Marques